terça-feira, 30 de janeiro de 2018

my (re)view: Thor: Ragnarok . 2017


Filmes da Marvel já pouco ou nada me entusiasmam, mas quando o nome de Taika Waititi foi metido ao barulho já foi outra conversa. Thor Ragnarok é talvez algo mais dentro da onda de Guardians of the Galaxy, mas com o tipo de humor negro e sarcástico que Waititi gosta de colocar em todos os seus trabalhos. Em Ragnarok todos os personagens têm os seus momentos de glória, a parte visual está super bem executada, assim como as cenas de acção carregadas de humor e música a condizer. Chris Hemsworth teve nas suas mãos um Thor muito mais descontraido do habitual, e a parte cómica do personagem é um ponto a seu favor. Mark Ruffalo tem grande quimica com Hemsworth e tanto Banner como Hulk são usados na história da forma mais brilhante possivel. Ficamos a conhecer o lado mau de Odin e o lado bom de Loki, assim como nos é apresentada duas personagens femininas que são verdadeiras bad ass girls! Jeff Goldblum a ser Jeff Goldblum e isso é simplesmente perfeito. O próprio Taika como gigante de pedra é das coisas mais hilariantes de todo o filme. Ficou a faltar mais Cate Blanchett, que acaba por aparecer muito pouco. Tempo bem divertido e absolutamente bem passado! Ragnarok é tudo aquilo que a Marvel não tem sido nos últimos tempos (à excepção de Logan).

Classificação final: 4 estrelas em 5.

domingo, 28 de janeiro de 2018

my (re)view: Suburbicon . 2017


Confirmam-se os rumores. Um dos filmes pelos quais mais aguardava é uma das grandes desilusões do ano que passou. Suburbicon, é a mais recente colaboração de George Clooney com os Coen Borthers, Clooney ao leme da realização com o argumento dos irmãos, dos quais sou muito fã. Suburbicon tinha tudo para ser um thriller bem sucedido, passado nos anos 50, decor impecável e banda sonora a condizer, daquelas que entra na vibe. Mas a narrativa é super mal concedida, com imensos plot holes e boas ideias que infelizmente estão completamente mal sincronizadas com a hostória central. Ver Julianne Moore e Matt Damon no meio disto é meio que estranho, pois os seus personagens nunca chegam sequer a definir as suas verdadeiras convicções, já para não falar de Oscar Isaac que é creditado como personagem principal e talvez nem chegue a aparecer cinco minutos. Uma história sobre um assassinato estranho e uma série de eventos consequentes a ele, misturado com um subplot racial, que tem boas intensões mas não passa disso. Conseguimos tirar a ideia principal e a sua mensagem, mas o caminho até lá chegarmos não esteve à altura do mesmo. Um tiro completamente ao lado. Já percebo o porquê disto ter passado tão despercebido, e de ter sido tão mal recebido. Eu ainda tinha esperanças.

Classificação final: 2 estrelas em 5.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

my (re)view: The Post . 2017


Steven Spielberg fez mais um belissimo filme, que não só é importante como peça de um período histórico, como prima pela qualidade visual, e pelo toque de requinte dos thrillers à moda antiga. Em The Post vivemos em plena era da guerra do Vietname, aquando do escândalo da revelação dos chamados Pentagon Papers, documentos que detalhavam como a Casa Branca tinha conhecimento do que se passava na guerra, mentindo constantemente aos cidadãos americanos. A narrativa é bem construída, e esta repleto de boas interpretações, apesar de algumas quebras de ritmo aqui e acolá, mas que no geral não prejudicam toda a tensão que faz sentir o peso e a importância das decisões, em diferentes perspectivas.  Tom Hanks e Mery Streep dão grandes performances, sustentados por performances secundárias bastante sólidas. Ambos estão totalmente interiorizados no espírito da época e no conteúdo dos seus personagens. Streep é Katahrine Graham, dona do jornal The Washington Post, sabendo mais de social life do que propriamente da gestão de uma grande empresa. Hanks é Bradlee, um veterano editor à procura do momento glorioso da sua redacção, com matérias mais polémicas que as que usualmente faziam o jornal ser considerado um jornal familiar. Uma batalha entre a imprensa livre e a Casa Branca cujo segredos de estado e a publicação dos mesmos levaram o caso ao Supremo Tribunal de Justiça. Chegamos ao fim a celebrar a liberdade de expressão junto daqueles que lutaram por tal, num filme que acaba por ter o seu quê de contemporâneo, numa América que nos dias de hoje tem um chefe de estado que também ele vai tendo problemas com a imprensa.

Classificação final: 4 estrelas em 5.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

my (re)view: Gatos (Kedi) . 2016


O maravilhoso mundo dos gatos. Kedi é um documentário turco, realizado por Ceyda Torun, que nos apresenta a vida dos gatos vadios pelas ruas de Istambul, cidade enorme onde milhares de gatos as habitam e fazem parte do dia-a-dia de todos os habitantes. Ao longo do documentário vamos assistindo a entrevistas com alguns moradores, proprietários de lojas e restaurantes, cada um contando a sua experiência com os gatos e o quão importantes eles são para toda a cidade. Ao mesmo tempo que vamos ouvindo essas histórias, vamos seguindo mais ao pormenor as peripécias de sete gatos diferentes, onde conseguimos perceber que cada um deles tem uma personalidade especifica, e que tal como nós podem ser bastante diferentes uns dos outros. Uma demonstração de amor pelos animais, neste caso em especial pelos gatos, que são amados por todos, sendo considerados como especiais, retribuindo o amor que lhes é dado das mais variadas formas. Mesmo quem não é cat lover, vai achar este documentário amoroso. Até eu gostava de ter realizado isto. Super divertido e curioso. Uma hora e quinze minutos que parece que foram só um instante.

Classificação final: 4 estrelas em 5.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Let's talk about | Oscar noms 2018 .


Todos nos temos os nossos gostos pessoais, reflectindo-se bastante naquilo que achamos disto tudo das nomeações a prémios de cinema, ou mais propriamente aos mais comentados de todos, os Óscares. Este ano, foi a meu ver um ano mediano, com apenas uma ou outra surpresa algo que se tem reflectido em alguns casos onde muitos dos nomeados, outrora seria impensável o serem. Aqui ficam então alguns dos apontamentos que achei mais curiosos, assim como a minha opinião pessoal sobre quem deveria ou não estar nomeado.

Completamente roubado: Denis Villeneuve da categoria de Melhor Realizador por Blade Runner 2049.

Castigo: Christopher Plummer a ser nomeado pelo papel que roubaram a Kevin Spacey.

Yay!: Logan tem uma nomeação!

Ups!: The Disaster Artist só com uma nomeação - oh ups, mark!

Taco-a-taco: Gary Oldman vs Daniel Day-Lewis - dois kings da representação, difícil escolher.

Supresa *me being sarcastic*: Meryl Streep nomeada pela vigésima vez, só que desta vez até merece, vá!

Esquecido: Armie Hammer que merecia substancialmente, colocado lado a lado com William Dafoe. Assim como Martin McDonagh não teve change para Melhor Realizador. 

Estilo de filmes que há bem pouco tempos atrás nunca teriam sido nomeados: Get Out & Lady Bird em todas as categorias significativas. Bom ver que algo está a mudar.

Espero que ganhe: Frances McDormand e Sam Rockwell, nas categorias de actores. Merecem há bastante tempo! Assim como Three Billboards Outside Edding, Missouri melhor filme (apesar do Call Me By Your Name estar algo sublime, se pudesse dava aos dois).

Embirração do ano: Para muitos o filme do ano - The Shape of Water, cujo o encanto não chegou a mim, mas parece que está a tocar muitos corações por ai. 13 nomeações é dose.

Estava difícil: Christopher Nolan nomeado para Melhor Realizador.

domingo, 21 de janeiro de 2018

my (re)view: Chama-me Pelo Teu Nome (Call Me by Your Name) . 2017


São experiências cinematográficas como Call Me by Your Name aquelas que fazem valer a pena este amor pela sétima arte. E tal como o amor pela arte, aqui vemos retratada a essência das relações e do encanto do primeiro amor, tal como as descobertas na adolescência ou a sedução pelo outro. Tal como Elio (interpretado pela extraordinária promessa que é Timothée Chalamet) se apaixona por Oliver (um Armie Hammer que aqui me fez acreditar finalmente que é muito mais que uma cara bonita), também nós nos vamos apaixonando por esta viagem pelo verão no norte da Itália, retrato de uma adolescência que representa muito mais do que a descoberta da sexualidade, ou do primeiro amor. Representa o que é o amor de verdade, independentemente da orientação sexual ou idade, ou até do tipo de relação entre indivíduos. Call Me by Your Name tem uma mensagem muito mais importante e poderosa do que alguma vez poderíamos pensar assim que começamos a ver o filme. Desde a banda sonora, aos detalhes visuais e beleza cinematográfica, Luca Guadagnino seduz através da lente da sua camera e emociona várias vezes deixando nos arrebatados pela simplicidade e veracidade do que estamos a ver, muito em parte pela capacidade que o elenco tem em transparecer isso (exemplo disso que não posso deixar de mencionar, é o discurso de Michael Stuhlbarg perto do final que deixa qualquer um com os olhos cheios de lágrimas). Acompanhamos a jornada de Elio com muita dedicação e vamos vivendo a seu lado de forma muito pessoal todos os seus sentimentos e frustrações.

Classificação final: 5 estrelas em 5.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

my (re)view: A Hora Mais Negra (Darkest Hour) . 2017


Gary Oldman há muito que merece o seu momento de glória. Parece que finalmente chegou esse momento. Muito deste Darkest Hour recai sobre a dedicação que Oldman entregou para a interpretação de Winston Churchill homem peculiar, odiado por muitos, mas figura incontornável na história do Reino Unido. E tal como a imponente figura que retrata, também Oldman se destaca este ano com uma das melhores performances, performance essa que lhe tem dado o direito a receber o prémio de melhor actor de 2017 em todas as cerimonias de entrega de prémios. Apesar do que por vezes se diz de Joe Wright, eu acho que a sua carreira se têm mantido relativamente sólida (apenas com alguns percalços pelo meio de vez em quando), sendo o seu trabalho nitidamente mais forte, quando se trata de peças de época ou de cariz histórico, apresentando um imenso cuidado no retratar da época em questão, através do set design e também do guarda roupa, assim como quando isso é contrastado com planos interessantes e uma edição fora do normal quando falamos de histórias abrangidas nesse contexto. O plano de tensão é quase constante, só é pena algumas quebras de ritmo, mas que rapidamente se retomam, ou não estivéssemos a falar de um dos piores e mais devastadores períodos da história mundial, a segunda guerra mundial. Para quem está à espera de cenários de guerra engane-se, este é um filme mais focado nas relações humanas e pessoais de Churchill dando-nos um retrato do homem e não da figura de estado. Dêem todos os prémios a Gary Oldman, este é o seu ano.

Classificação final: 4 estrelas em 5.

my (re)view: O Sacrifício do Cervo Sagrado (The Killing of a Sacred Deer) . 2017



Steven (Colin Farrell) é um cirurgião cardiologista cuja rotina passa por encontros diários com um jovem adolescente chamado Martin (Barry Keoghan), encontros que inicialmente nos são mostrados sem razão aparente. Steven vê-se obrigado a contar à sua mulher Anna (Nicole Kidman) e aos seus dois filhos o porquê da relação entre os dois, convidando o jovem para um jantar em sua casa. Existe uma tensão esquisita no ar, até que a verdadeira razão da aproximação dos dois personagens é por fim revelada numa cena em que Martin ameaça o bem estar de toda a família de Steven e acontecimentos estranhos começam a surgir. Yorgos Lanthimos já me tinha surpreendido bastante em 2015 com o irreverente The Lobster, volta agora a fazê-lo com mais uma demonstração art house, que mistura um certo factor creepy com o horror psicológico e várias alegorias. The Killing of a Sacred Deer é absolutamente arrepiante. Enquanto vamos caminhando por um percurso complexo cheio de perguntas, muitas delas, às quais não sabemos responder, o filme vai jogando com os nossos sentimentos, enquanto os próprios personagens vão jogando com os deles entre si. Extremamente interessante. Mind games a um alto nível.

Classificação final: 4,5 estrelas em 5.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

my (re)view: Derradeira Viagem (Last Flag Flying) . 2017


Trinta anos depois, três veteranos da guerra do Vietname voltam a encontrar-se pela pior das razões. Quando Larry (Steve Carell) recebe a notícia de que o filho foi morto no Iraque, procura dois antigos amigos, Sal (Bryan Cranston) e Richard (Laurence Fishburne) para lhes pedir auxilio na difícil tarefa que é enterrar o seu único filho. Este reencontro vem trazer à memória muitos dos momentos que passaram juntos, quer tenham sido eles de felicidade ou de extrema dureza emocional. Uma viagem que vai muito além dos kilometros percorridos entre os três, um percurso emotivo de pessoas que estiveram imensos anos separadas mas que têm experiências tão fortes em comum que os liga espiritualmente a um nível muito superior, como se nunca se tivessem separado. Graças às performances do três personagens centrais, cuja química é muito boa, o filme ganha muito mais vida, mesmo perante o seu ritmo lento. Enquanto Steve Carell demonstra mais uma vez que o drama também lhe cai bem, é com Bryan Cranston que temos os momentos mais descontraídos e divertidos do filme, onde Laurence Fishburne se mantém sempre mais reservado, mas representando uma voz da razão. Richard Linklater gosta de retratar o mundo normal, o mundo das relações e mais uma vez consegue ser bem sucedido. Passou meio que despercebido o ano passado, mas é merecedor de destaque.

Classificação final: 4 estrelas em 5.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

my (re)view: Lady Bird . 2017


Em Lady Bird, a jovem talentosa Saiorse Ronan interpreta Christine McPherson, uma irreverente adolescente que se auto-intitula como Lady Bird. A estudar num colégio católico nos subúrbios de Sacramento na Califórnia, Lady Bird quer alcançar muito mais do que aquilo que o futuro lhe poderá reservar. Contra a vontade dos pais, que se deparam com dificuldades monetárias, Christine concorre a uma bolsa de estudo para uma faculdade em Nova Iorque, a cidade das oportunidades. É no último ano de secundário, que vai ter de enfrentar obstáculos, lidando ao mesmo tempo com a família disfuncional e os amigos, enquanto vai aprendendo a crescer com os mesmo. Greta Gerwig escreve e realiza este coming-of-age, que prometia muito mais do que aquilo que foi capaz de me entregar. Um conjunto interessante de situações e personagens, mas que não surpreende de forma diferente de muitos outros coming-of-age do género. Fica notoriamente destacada a presença de Saiorse Ronan, que demonstra mais uma vez que é das actrizes mais interessantes da sua geração. Gostei do que vi, simplesmente fui exigindo sempre mais daquilo que Gerwig tinha para me dar. Existem momentos bastante honestos a nível emocional, mas fica a sensação de que foi apenas mais um filme mediano, de um 2017 mediano, sem grandes surpresas no geral.

Classificação final: 3,5 estrelas em 5.

domingo, 14 de janeiro de 2018

my (re)view: Três Cartazes à Beira da Estrada (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri) . 2017


Passados meses do assassinato da filha, sem homicida preso ou qualquer indicio de investigação a decorrer, Midred Hayes (Frances McDormand) decide colocar frases provocatórias em três cartazes à beira de uma estrada, direccionados ao chefe da policia local Willoughby (Woody Harrelson). Quando um dos policias da esquadra (Sam Rockwell) de depara com os mesmos, declara guerra aberta a Mildred, guerra essa que irá contagiar e infectar toda a população da localidade. Martin McDonagh realiza, mas também é rei na escrita, e isso já ficou provado nos seus trabalhos anteriores. Three Billboards Outside Edding, Missouri tem, não só o equilibrio perfeito entre o humor negro e o drama, como um sentimento de raiva que nos transmite o tempo todo, a dureza que é acreditar no mundo cruel em que vivemos, onde as coisas acontecem sem aviso, apanhando nos na curva a cada momento violento, mas sempre com propósito, nunca de forma gratuita, envolvendo cada vez mais a nível emocional, colocando nos na pele de cada um dos personagens, do maior ao mais insignificante, graças às excelentes performances de todo o elenco. Original, imprevisivel, emotivo e brutal na forma como demonstra muito do que está errado no sistema e a cima de tudo no ser humano. Hail McDormand. Hail Rockwell. Por favor escrevam mais papeis significantes para estes dois, eles merecem e muito. Este ano finalmente é vosso! O meu favorito de 2017, visto já em 2018.

Classificação final: 5 estrelas em 5.