Mais uma cerimónia dos Oscars passou, depois de um ano super mediano em termos de qualidade, apenas com pequenas surpresas, surpresas essas que quando tocou a ganhar as famosas estatuetas douradas passaram completamente ao lado (e eu ainda me admiro). Ao invés de comentar categorias, como em anos anteriores, decidi abrir um espacinho para a minha indignação contra dois dos principais prémios da noite.
Depois da academia ignorar completamente realizadores como Denis Villeneuve por Blade Runner 2049, Martin McDonagh pelo arriscado Three Billboards Outside Ebbing Missouri, ou Luca Guadagnino pelo emocional Call Me By Your Name é Guillermo Del Toro que ganha o prémio com um filme que é provavelmente o mais fraco de todos os nove principais nomeados. Não só ganha ele, como ganha Melhor Filme o seu The Shape of Water, um conto de amor entre uma humana e um homem anfíbio, onde o oxigénio é realmente escasso, e a história de emotiva ou original tem pouco.
Mesmo depois dos rumores de plágio (a história foi não só comparada a uma peça chamada Let Me Hear You Whisper do dramaturgo Paul Zindler, falecido em 2003 ou extremamente parecida a uma curta metragem holandesa de 2015 que segue os mesmos parâmetros) os movimentos times up e me too parece que acabaram por ofuscar sempre essas ideias (essas e quaisquer outras durante esta temporada de prémios) levando sempre avante a ideia de que estaríamos perante a verdadeira obra-prima de Del Toro, obra essa chamada Pan's Labyrinth de 2006, desde então mantendo um padrão mediano em todos os seus filmes, Shape of Water sem excepção.
Aos que esperavam como eu, um romance arriscado, sem fronteiras, cuja criatura significa tudo aquilo que é o amor, estamos ao invés disso perante um conjunto de momentos banais, muitas vezes patéticos, onde chegamos a ter pena do forte elenco que faz parte dele - expliquem me só o fascínio por Octavia Spencer que ainda não percebi muito bem sff! Custa-me a crer como é que perante filmes que realmente se destacam foi este o escolhido da maior parte dos conhecedores, algo que me leva a querer cada vez mais, nos interesses que estarão por detrás destas estranhas escolhas.
Quem me dera que o envelope tivesse vindo trocado novamente. Ou que ao menos o Paul Thomas Anderson tivesse ganho ao invés dele.
Shout out fortíssimo para as vitórias de: Frances McDormand, Sam Rockwell, Gary Oldman, Roger Deakins e Jordan Peele! É bom ver que no meio disto tudo, ainda merece a pena ficar contente com os momentos de consagração dos que valem a pena ressalvar.
WTF!?: (já nem cascando mais em cima deste) eu ainda estou para perceber como é que Lady Bird apareceu também neste lote, tendo um forte palpite que a razão tenha sido enfiar pelo meio a Greta Gerwig porque era uma mulher a realizar e parecia bem.
Podem consultar a lista completa de vencedores aqui: http://www.oscars.org/oscars/ceremonies/2018
Podem consultar a lista completa de vencedores aqui: http://www.oscars.org/oscars/ceremonies/2018
Excelente análise. Concordo com tudo o que foi aqui dito.
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