terça-feira, 17 de setembro de 2019

my (re)view: Midsommar . 2019


De tempos a tempos aparece aquele em um milhão que marca realmente a diferença. Não é aquele que é adorado por todos, mas é aquele que com um jeito único faz a magia do cinema acontecer. Ari Aster é desses um em um milhão e nesta nova vaga do horror, e no meio deste momento de originalidade dentro do género nos últimos anos, são os filmes de Aster aqueles que mais se destacam. E antes de Midsommar não são muitos, é apenas um na verdade, a sua primeira longa metragem, Hereditary do ano passado, que fez com que o mundo começasse a falar dele como se de há muitos anos o conhecêssemos. Também argumentista dos seus filmes, Ari Aster continua a conjugar longos planos pela beleza da cinematografia com inúmeras influências de alguns dos seus realizadores favoritos, misturando uma banda sonora que nos envolve totalmente na história e momentos que mexem connosco física e psicologicamente. Fê-lo em Hereditary, fá-lo novamente em Midsommar. A história da relação entre Dani e Christian que na tentativa de a resgatar, viajam para a Suécia a convite de uns amigos para festejar as celebrações de solestício de verão. O que aparentemente seriam umas férias descontraídas acaba por se ir revelando numa experiência cada vez mais estranha e perturbadora. A dor da perda é novamente abordada por Aster de uma forma tão incomoda que se torna verdadeira e esquecemos que estamos a ver um filme. Quem diria que o horror às claras podia ser assim tão perturbador? Ficamos claramente a pensar sobre o que vimos durante dias e algumas teorias se levantam. Um dos aspectos mais curiosos do filme é como o humor negro resulta super bem no meio de toda a sua estranheza e de como o equilíbrio entre esses momentos e os mais tensos acontece. Fica também a menção à fabulosa Florence Pugh, a actriz revelação do momento a quem devemos claramente continuar de olho. Depois da visualização do filme Ari Aster convidado especial da 13ª Edição do Motelx (qual tive a alegria de estar presente) partilhou algumas curiosidades sobre a história e produção o que tornou toda a experiência ainda mais interessante. Fica a água na boca para a versão directors cut com cenas que não puderam ser incluídas na versão theatrical do filme. É um forte candidato a meu filme favorito do ano e só não me pronuncio mais fortemente a cerca disso, porque um senhor chamado Scorsese tem este ano algo para nos mostrar.

Classificação final: 5/5.

2 comentários:

  1. Olá
    Adorei ler a tua crítica,
    pois é, como se consegue fazer um filme de terror com um aspecto de paraíso, onde tudo se pinta de branco, de flores, de música e de dança afinal não era bem assim, este filme é preciso ser visto (...) Muito bom :)

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