segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Crítica: A Rapariga Dinamarquesa (The Danish Girl) . 2015


A Rapariga Dinamarquesa é sem dúvida um filme de performances. Realizado por Tom Hooper, este drama extremamente emocional dá pela segunda vez em dois anos, a oportunidade a Eddie Redmayne de brilhar, mostrando mais uma vez aquilo que vale, fazendo algo ao mesmo nível de exigência daquilo que fez em A Teoria de Tudo, filme pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Actor o ano passado.

Einar Wegener (Eddie Redmayne) é um famoso pintor de Copenhaga, casado com a igualmente bem sucedida e também pintora Gerda Wegener (Alicia Vikander). Sendo ambos grandes amantes de arte, as suas personalidades e gostos encaixam, fazendo deles um casal aparentemente perfeito. Acontece que Einar esconde um segredo, difícil para muitos de compreender. Einar é aos olhos dos que o rodeiam o marido ideal, mas o seu maior desejo seria tornar-se uma mulher. Baseado na história verídica de Lili Elbe, adaptado do romance que tomou por base os diários e cartas da mesma, a história inicia-se na década de 20 e acompanha algumas das transformações físicas e psicológicas de Einar, até à década de 30, onde já como Lili se submete àquela que foi a primeira cirurgia de mudança de sexo.


Eddie Redmayne é talentoso, e muito! Aqui mostra mais uma vez que é capaz de facilmente se transformar naquilo em que menos esperamos, numa performance muito mais que física, muito mais que emocional. O poder de passar ao espectador a dor e sofrimento de alguém que não se sente bem na sua pele. Alicia Vikander transporta no olhar muito mais do que palavras e sem dúvida, que apesar de ter um papel de diferente exigência, não quer dizer que não mereça o mesmo reconhecimento, e temos assim uma interpretação muito poderosa. Mas é no que toca ao argumento que alguns aspectos tendem em falhar. As emoções estão lá, mas existem pormenores que ficam por explorar. A transição parece ser feita rápido demais e a vida do casal pouco aprofundada. Tom Hooper faz um trabalho de realização belíssimo, onde cuida cada plano como se de uma tela se trata-se. Com a sua forma própria de explorar os espaços, tornando-os mais amplos ou mais intimistas consoante a intensidade de cada cena, os cenários detalhados ao pormenor, o belo guarda roupa e uma cinematografia de tirar a respiração, são todos aspectos a destacar.

Esta é a história sobre a dor de duas almas, feridas cada uma pelo próprio e profundo sofrimento de revolta. Uma história sobre amor incondicional, que sobrevive graças a magnificas performances que ficarão marcadas nas carreiras de Redmayne e Vikander

Classificação final: 3,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 31-12-2015

2 comentários:

  1. Também fiquei com a ideia que a história foi contada depressa demais, não gosto do Redmayne, adorei a Vikander.
    ★★★ [6/10]

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    1. Ultimamente em conversas sobre este filme, constato que este é provavelmente muito mais um filme da Vikande que do Redmayne. Gosto dele, mas a performance dela acaba por ter um pouco de mais impacto (para mim pelo menos). E acaba por ser ela a "the danish girl" se é que me faço entender. Poderia ter sido um filme muito diferente se tivesse sido abordado de forma diferente.

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