sexta-feira, 30 de junho de 2017

Crítica : O Muro (The Wall) . 2017


A maior parte dos filmes de guerra, optam por cenários de combate onde a acção no terreno é o principal campo de batalha do bem contra o mal. Em O Muro o principal cenário são na realidade os vestígios de uma guerra que mesmo depois de acabar continua a semear dum lado um lugar que é dado por conquistado, por outro vingança e revolta. Realizado por Doug Liman (The Bourne Identity, Edge of Tomorrow) este é um thriller de ritmo lento, mas muito intenso que prende do inicio ao fim.

Estamos em 2007 e a Guerra do Iraque está oficialmente acabada. Quando Allan Isaac (Aaron Taylor-Johnson) e Shane Matthews (John Cena), dois army rangers são destacados para responder a um pedido de socorro, deparam-se com um cenário um pouco estranho. Camuflados à distancia, observam que no terreno se encontram oito corpos sem vida e algo de muito estranho se passa. Tudo indica que será um trabalho de um sniper, mas não havendo certezas Matthews sente-se demasiado confiante para descer ao terreno e investigar mais de perto. Quando aparentemente o que parecia tranquilo, transforma-se num autentico jogo de gato e rato, quando Matthews é atingido e põe também em risco a vida de Isaac que para tentar socorrer o companheiro, acaba por se refugiar, ferido atrás de um muro de pedras.

É atrás deste muro que praticamente toda a acção deste filme decorre, mas não é por causa disso que se torna menos intenso ou interessante. Mesmo sem conhecermos o rosto do vilão desta história, através dos jogos psicológicos que faz com o personagem principal, sentimos o terror de estar encurralado sempre à espera que o pior aconteça, enquanto tenta procurar uma saída. A intensidade destes momentos é bem sucedida, algo que maioritariamente se deve à grande performance de Aaron Taylor-Johnson que é bastante convincente e causa pânico a quem a assiste. Mais uma vez aqui vemos explorada a parte psicológica e afectiva daqueles que são os protagonistas da guerra, das suas frustrações e medos, escondidos por detrás de uma capa de heróis de uma pátria.

Como apreciadora de filmes deste género, acho que cumpre o seu objectivo, conseguindo proporcionar a quem o assiste, aquele nervoso miudinho de que tudo pode de repente desmoronar, tal como o muro que separa Isaac da vida e da morte.

Classificação final: 3,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 22.06.2017

Sem comentários:

Enviar um comentário