domingo, 6 de agosto de 2017

Crítica: Baby Driver: Alta Velociodade (Baby Driver) . 2017


Hollywood precisa de Edgar Wright. Depois de cultivar durante vinte anos a ideia de fazer um filme sobre perseguições de carros sincronizadas musicalmente, nasceu este inspirado e energético baby. Independentemente do género, dá gosto ver um filme onde todos os elementos vivem em perfeita harmonia. Aqui as palavras e as acções ganham muito mais estilo ao som-de-um-bom-som, capaz de transformar as imagens em música para os nossos ouvidos. Divertido, repleto de acção e acima de tudo diferente, Baby Driver entra nos pelos olhos e pelos ouvidos adentro.

Baby (Ansel Elgort) é um jovem muito especial. Recatado e de poucas palavras, tem altas competências a nível da condução, que trabalha para Doc (Kevin Spacey) um grande criminoso da cidade de Atlanta, que requisita os seus serviços para o ajudar na fuga de múltiplos assaltos dos vários grupos de gangs com os quais faz parcerias. Mas logo percebemos que Baby destoa completamente dos requisitos do frio mundo do crime e não vê a hora de poder deixar este trabalho, ao qual se vê obrigado a comparecer até saldar a divida que tem para com Doc. A grande particularidade do seu trabalho, é o facto de não ser capaz de conduzir sem música. Prestes a participar no último assalto, Baby apaixona-se por Debbie (Lily James) e percebe que têm mesmo que tomar outro rumo na vida.

Após uma sequência de abertura super cool estamos prontos para o que está para vir. Já vimos muitos momentos cinematográficos serem apresentados ao som de uma música, mas nunca os vimos perfeitamente coordenados com aquilo que estamos a ouvir, e este é um dos aspectos que torna este filme tão especial. Edgar Wright transforma a música no ingrediente mais importante de todo o filme, evidenciando este conceito onde tudo o que vemos esta inserido numa enorme banda sonora que é a vida de Baby, onde todos dançam ao som da mesma música. Só por este aspecto, o filme ganha por si só um ritmo perfeito, onde todos os sons e movimentos acontecem ao ritmo das músicas favoritas de Baby. É verdade que o argumento pode não ser o mais original de todos, mas existem outros detalhes que o fazem destacar-se de histórias do género e ainda conseguimos obter alguns momentos pelos quais não estamos à espera. Edgar Wright é dos mais inteligentes argumentistas dos dias de hoje, capaz de dar brilho à mais banal das histórias, de forma a que uma obra tão moderna como esta, consiga também remeter-nos para o glamour da era dourada do cinema, com uma enorme atenção para o pormenor misturando imensos elementos da cultura pop, tudo muito bem estruturado. Ansel Elgort e Lily James têm o carisma perfeito como protagonistas assim como uma química fantástica capaz de fazer suspirar qualquer um! O resto do elenco encaixa na perfeição, desde o mais pequeno papel aos mais significativos. Kevin Spacey e Jamie Foxx são vilões divinais, não que houvesse dúvidas sobre as suas capacidades, mas se Spacey tem jeito para papeis mais desprezíveis, Foxx tem tanto de engraçado como de intimidante.

Baby Driver: Alta Velocidade passa para nós toda a sua adrenalina e energia, e assim que chega ao fim queremos continuar a jornada pela estrada fora. B-A-B-Y Baby, nós e a música.

Classificação final: 5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 03.08.2017

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