segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Crítica: Amor de Improviso (The Big Sick) . 2017


Mas quem é que não gosta de uma bonita história de amor? O problema hoje me dia, está na abordagem aos personagens e nas situações apresentadas que já pouco ou nada surpreendem. Felizmente existem indies deste género, que ainda nos fazem verdadeiramente acreditar no que é o amor. Tem tanto de comédia como de tragédia, e é das relações familiares, culturais e dos precauços de vida que se faz este filme, fazendo nos adorar esta comédia romântica tanto de forma light como de uma forma mais profunda.

Da história de vida real do casal Emily V. Gordon (no filme interpretada por Zoe Kazan) e de Kumail Nanjiani (que faz de si próprio) nasce o argumento para esta comédia romântica, produzida por Judd Apatow e realizada por Michael Showalter. O projecto já andava há uns anos a ser desenvolvido pelo casal, que escreveu uma espécie de homenagem ao seu relacionamento, relatando uma história de amor um tanto ou quanto estranha, quando Kumail se apaixonou, pela actual mulher Emily, quando esta se encontrava em coma devido a uma infecção súbita bastante grave. Kumail é um motorista da uber, que sonha vir a ser um dia uma estrela de standup comedy. Uma noite, conhece Emily e há química entre os dois. Sem saberem, iriam viver passado uns meses, a experiência traumática que criaria laços fortes e os ligaria emocionalmente de forma muito forte.

Amor de Improviso resulta nos mais variados campos, talvez mesmo por ser algo que tem sabor a honestidade, abordando de forma natural e realista as relações culturais, interraciais e a forma como a humanidade olha hoje em dia, neste caso especifico, para a comunidade paquistanesa. Choques interraciais à parte, demonstra como o amor por vezes nasce nos momentos mais estranhos, e se cultiva através das mais variadas maneiras. O uso do humor negro é outra das chaves de ouro do filme, que consegue ter um tom bastante light, proporcionando boas gargalhadas, ao mesmo tempo que nos faz viver emoções da forma mais sincera possível. Recheado de pontos positivos, é inevitável não falar na única coisa que incomoda, a sua duração. Meia hora a menos e ficaria perfeito.

Apesar de já ser conhecido pelo seu papel na séria da HBO, Silicon Valley, e de ter entrado em alguns filmes sempre em papeis de menor destaque, é desta que Kumail Nanjiani saltará para as luzes da ribalta. Ou pelo menos assim o espero. Tem imenso potencial, para ser uma das novas promessas na cómedia, e com trabalhos como este só poderá continuar a ser um sucesso.

Classificação final: 4,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 26.10.2017

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