sábado, 3 de fevereiro de 2018

my (re)view: Linha Fantasma (Phantom Thread) . 2017


É impossível controlar o amor. É esse o exercício que Paul Thomas Anderson quis que assistíssemos desta vez na sua mais recente obra Linha Fantasma, uma luta de sexos, ilustrando as adversidades de uma relação, numa mistura de romance e mistério, com um uso da comédia que é deveras surpreendente. Um filme sustentado por três performances magnificas e uma banda sonora que nos absorve por completo para dentro da tela, representando tanto, quanto os personagens em cena. Daniel Day-Lewis é Reynolds Woodcock, um cinquentão solteiro que se cruza com a jovem Alma, que se transforma quase que num manequim humano para o seu adorado oficio, a confessão de vestidos de alta costura. Reynolds é um homem extremamente minucioso e arrogante, cheio de rotinas e manias. Esta nova paixão irá abalar o seu dia-a-dia, pois Alma recusa-se a aceitar as taras do seu apaixonado, numa luta constante de personalidades, onde observamos que o amor é demonstrado das mais variadas formas. Vicky Krieps e Lesley Manville são as magnificas forças femininas que vão contra a extrema masculinidade do personagem de Day-Lewis, onde a representação é sublime em todas as circuntancias. Um poema visual, com uma cinematografia belissima, onde até há lugar para alguns momentos mais creepy e espirituais, relacionados com os medos e fobias de um homem cuja figura é bem mais fragil do que aparente ser. Para além de algo absolutamente deslumbrante de ser visto, como é habitual da sua parte, Paul Thomas Anderson proporciona uma experiência arrebatadora, daquelas que só os grandes sabem fazer. Daquelas que permanecem connosco assim que saimos da sala de cinema. 

Classificação final: 4,5 estrelas em 5.

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