Com Whiplash (2014) Damien Chazelle dava-se a conhecer ao mundo, com La La Land (2016) tornou-se no realizador mais jovem a ganhar um oscar nessa mesma categoria, com First Man foi posto de parte todo o seu conhecido arrojo, num filme que joga imenso pelo seguro numa tentativa de transformar este acontecimento de grande controvérsia ao longo de todos estes anos, em algo demasiado metafórico, ao mesmo tempo estranhamente simples e até por vezes aborrecido. A nível técnico, Chazelle continua a manter-se fiel à belíssima forma com que nos apresenta os seus filmes, mas é no que toca ao argumento que as coisas correm para o torto. Focado a cem por cento na figura de Neil Armstrong (Ryan Gosling) é estranho quando tudo parece distante sem grande relevância emocional ou afectiva, tornando-se muito difícil a empatia com os personagens, especialmente quando Ryan Gosling que até faz por isso, pouco consegue. Curiosamente Claire Foy, interpretando a mulher de Armstrong consegue ser muito mais envolvente que este. Talvez o medo que suscitar algum tipo de polémicas tenha sido mais elevado do que a vontade de aprofundar algumas questões, e enumeras vezes em que chegamos quase a esse ponto nada de especial acontece e lá voltamos nos para mais momentos de introspecção ao lado de Armstrong, onde mais parece que deixamos de ver um filme de Chazelle e passamos imediatamente para um estilo Malick. A banda sonora é competente e quando enquadrada com a excelente cinematografia, melhor. É de destacar também aquele que para mim é o melhor aspecto do filme, e talvez o único que o torna diferente de muitos outros com histórias de exploração espacial, pois quando dentro de qualquer um dos foguetes espaciais a sensação claustrofóbica, de tensão e medo do desconhecido conseguem transparecer para o lado de cá do ecrã. Um passo pequeno para Damien Chazelle, e ainda menos grandioso para esta história na Lua.
Classificação final: 3 estrelas em 5.
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