sexta-feira, 25 de outubro de 2019

my (re)view: Living with Yourself (Season 01) . 2019


Sempre achei que Paul Rudd fosse um actor bastante interessante. Deêm-lhe um bom personagem e ele consegue fazer coisas boas com ele. Neste caso não lhe deram um, mas dois! Living with Yourself é a mais recente série da Netflix, realizada pela dupla Jonathan Dayton e Valerie Faris (que já nos deram coisas diferentes como Little Miss Sunsine ou Ruby Sparks) seguindo a mesma vibe que os seus projectos anteriores em termos de realização e posso dizer até em história, sendo que abordada de maneira diferente. Simples, mas coeso, a série estuda um personagem cansado e desinteressado pela vida que lhe deu tudo menos o que lhe tinha prometido. Miles está a chegar à meia idade com a vida completamente estagnada. O seu casamento já teve dias melhores, no trabalho não evolui, já para não falar da pouca vontade que tem em mudar o seu comportamento. Quando um colega de escritório lhe fala de um spa milagroso que irá ajuda-lo a ter mais confiança e auto-estima, Miles não pensa duas vezes e faz uma marcação. Entra sozinho, mas sai em versão duplicada. Estamos perante uma comédia sombria, cujo objectivo é fazer-nos refletir sobre o que realmente somos ou aspiramos ser quando a vida não nos dá limões suficientes para fazer uma boa limonada. Paul Rudd interpreta de forma inteligente dois personagens bastante diferentes que partilham o mesmo ADN mas não as mesmas crenças. O melhor da série acaba por ser a forma como está contada e os twists que não são de todo os que mais esperamos. Clonagem é um tema recorrente no meio sci-fi, a tendência seria repetir ideias e isso aqui não acontece. A forma refrescante, divertida e até bastante tocante com que conhecemos Miles e Miles faz com que o desempenho de um bom actor e uma boa escrita da autoria de Timothy Greenberg sejam o suficiente para o tempo passar a voar. Com episódios de apenas 25 min cada, Living with Yourself tem tudo para ser uma série de sucesso e seria agradável continuar a seguir as peripécias de Miles e do seu clone.

Classificação: 4/5.

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