domingo, 20 de julho de 2014

Crítica: Ida (2014)


Um filme onde as imagens valem mais do que as palavras. Ida é um filme poderoso que nos leva até à assombrosa Polónia pós guerra.

Este drama Polaco, é passado nos anos 60 e nele seguimos a história de Anna, uma freira noviça. A madre superiora do convento onde vive desde criança diz-lhe que antes de fazer os seus votos, ela tem de conhecer a sua família. Anna parte para uma cidade próxima e lá conhece a sua tia Wanda, uma ex-juiza com uma personalidade um pouco fria e revoltada que lhe diz que o seu nome verdadeiro é Ida e que os seus pais, judeus, foram assassinados durante a Segunda Guerra Mundial. Wanda e Ida embarcam numa viagem não só em busca dos restos mortais da família, mas também para encontrar algum tipo de paz interior cada uma com a sua razão.

Ida é um excelente filme que demonstra todo o terror vivido durante uma das piores épocas da História mundial. Toda a sua atmosfera transparece esse terror e de uma forma muito natural e até simples, passa para o lado de cá a dedicação que lhe foi dada.

A cinematografia a preto e branco é algo deslumbrante. Os ângulos de filmagem absolutamente brilhantes, muito cuidados e interessantes. O uso da música em algumas das cenas, ilustra cada situação. As performances das duas actrizes principais são muito profundas e complexas. Um trabalho impecável da parte das actrizes Agata Trzebuchowska e Agata Kulesza, que foram capazes de transmitir o peso de cada uma das suas personagens.

O final pode ser ambíguo. Mas isso não é sinal de que seja um mau final, pois podemos tirar dele aquilo que quisermos e imaginar o que achamos melhor para a figura central do filme. Todos os significados ficam para cada um de nós interpretarmos à nossa maneira.

Apesar do dialogo ser pouco é sem dúvida muito profundo. Muitas das cenas onde o silêncio impera, são assoberbadas pelas poderosas imagens que estamos a ver e isso torna-o numa obra muito boa apesar da sua simplicidade.

Ida estreou nas nossas salas na passada quinta-feira, dia 17 de Julho.








Classificação final: 4 estrelas em 5.

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