sexta-feira, 25 de julho de 2014

Crítica: Snowpiercer (2014)


Muito imaginativo e com uma mensagem muito consciente daquilo que a humanidade é capaz, interpretando isso através de diferentes significados.

Snowpiercer é um filme baseado num romance gráfico francês chamado Le Transperceneige, e neste seguimos a história da humanidade, que vive a bordo de um grande comboio, depois de um problema grave ecológico que gelou o Planeta Terra para todo o sempre. Quase toda a população mundial morreu congelada menos aquela que embarcou no comboio, que passado 18 anos ainda continua a percorrer um trajecto mundial e segundo o seu inventor, Wilford, um engenheiro que previu os acontecimentos fatais, o comboio nunca irá parar. Se algum dos passageiros tentar sair irá morrer congelado. O comboio esta dividido por várias secções e estratos sociais, que não se podem misturar uns com os outros. Na ultima carruagem do comboio vive a mais baixa classe social que farta de viver em extrema pobreza, idealiza um plano para tentar deitar abaixo o domínio de Wilford que vive comandando tudo o que se passa no comboio da primeira carruagem. O principal objectivo dos rebeldes é chegar a Wilford e acabar com a desigualdade entre todos os seres humanos.

Apesar da sua história irreal este acaba por ser um filme com imenso significado e para se poder apreciar a importância das mensagens que ele quer transmitir temos que saber primeiro que tudo analisar o significado de todos os momentos que achamos que estão fora do lugar. Aquilo que para nos à primeira vista poderá estar longe do contexto ou parece não fazer sentido, derivado à condição do mundo e das pessoas daquele comboio, fará afinal muito sentido se conseguirmos olhar para lá do que estamos a ver.

A principal razão pela qual este filme consegue ser bem sucedido será talvez a realização do Coreano Bong Joon-ho, que com este filme se estreia na realização na língua inglesa. Apesar da língua e da quantidade de actores conhecidos, sentimos de qualquer maneira o estilo cinematográfico asiático muito presente durante todo o filme e isso é muito interessante.

Toda a cenografia é algo absolutamente magnifico! A forma como as carruagens foram idealizadas são excelentes, mas no que toca à imagem do mundo exterior deixa muito a desejar. O CGI é muito pobre e todo o mundo congelado parece muito irreal.

Esta cheio de personagens e momentos bizarros que quebram um pouco a atmosfera escura da história e isso é muito bom, pois proporciona-nos risadas espontâneas de vez em quando, aliviando a sua seriedade.

Chris Evans surpreendeu-me bastante. A sua performance é bastante emocional e conseguiu convencer-me das suas intenções e sentimentos. A sua figura nos últimos anos esta muito ligada ao Capitão América e durante este filme ele fez-me esquecer disso. A minha personagem preferida é sem dúvida a de Tilda Swinton, extremamente bizarra e única, algo que ela sabe fazer e muito bem! O resto do elenco, com nomes tais como John Hurt, Ed Harris, Jamie Bell, Octavia Spencer e os Coreanos Song Kang-ho e Ko Ah-sung também estiveram bem.

Acredito que este é aquele tipo de filme que cresce cada vez mais em nós após consecutivas visualizações. O seu maior problema poderá ser a sua longa duração. Apesar de nos entreter bastante durante a maior parte do tempo, devido à sua duração, o acto final acaba por perder um pouco a magia não tendo tanta intensidade e impacto como deveria ter tido.

Falhas à parte, é muito bom vermos um estilo diferente em Hollywood e tenho a certeza que este filme vai ser alvo de constantes análises ao longo dos anos, não só pelo seu estilo peculiar mas também pelas mensagens que quer passar.

Snowpiercer é um filme que projecta perfeitamente o tipo de estigmas da sociedade em geral, o problema que sempre existiu e infelizmente existe ainda nos dias de hoje entre os diferentes estratos sociais.

Estreou esta quinta-feira, dia 24 de Julho.







Classificação final: 4 estrelas em 5.

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