segunda-feira, 6 de junho de 2016

Crítica: Jogos de Prazer (Boogie Nights) . 1997


Em 1988, Paul Thomas Anderson dava a conhecer ao mundo em apenas 30 minutos a história de um actor pornográfico. The Dirk Diggler Story era o short mockumentary que explorava o auge e a decadência da carreira do personagem Dirk Diggler, inspirado na figura real de John Holmes, um dos actores mais bem sucedidos de sempre na indústria pornográfica nos Estados Unidos. Em 1997, Anderson decide retomar a história com o ambicioso Boogie Nights explorando a vida do actor, algo que o faria dar o salto que precisava para as luzes da ribalta.

Eddie Adams (Mark Wahlberg, num dos melhores desempenhos da sua carreira) um adolescente que trabalha num bar, conhece um produtor de cinema pornográfico que lhe promete uma carreira de sonho na indústria. A princípio ingénuo e deslumbrado, Eddie conhece um mundo novo onde tudo lhe é permitido. Agora pelo nome artístico de Dirk Diggler, à medida que vai subindo na carreira o seu ego começa a interferir com o trabalho e a má vida que leva acabaria por afecta-lo no futuro.



Com Martin Scorsese como inspiração clara, Paul Thomas Anderson constrói uma visão cativante da indústria pornográfica durante a era disco, combinando entretenimento, onde o estilo de vida selvagem é dominado por sexo, drogas e muita festa, com bons apontamentos emocionais, que aparentemente não fariam sentido tendo em conta o tema. Boogie Nights é detentor de uma sensualidade e exotismo próprio da época em que se insere, nunca esquecendo os toques recorrentes ao humor.

O elenco oferece performances perfeitas, num filme detentor de uma grande irreverencia e atitude audaciosa, que viria a transforma-lo não só num dos melhores dos anos 90, mas também numa referência da cultura pop.

in Take Cinema Magazine, edição 43 Erótica .

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