Robert Zemeckis aposta pela primeira vez num drama passado durante a Segunda Guerra, que tem mais de thriller romanceado com muito glamour, do que propriamente algo focado no período histórico em que se insere.
O agente secreto Max Vatan (Brad Pitt) acaba de aterrar de para-quedas no Norte de África e dirige-se para Casablaca, onde tem como missão assassinar o embaixador alemão e terá como ajuda a belissima Marianne Beusejour (Marion Cotillard) agente da Resistência Francesa. Marianne tem já o terreno preparado e quando Max lá chega, os dois têm de fingir ser casados e impressionar os nazis locais que entretanto foram criando amizade com Marianne. Ambos têm de ser credíveis não causando quaisquer suspeitas, e rapidamente a relação profissional entre os dois se torna algo mais e os dois se apaixonam. Depois da missão ambos escapam e Max pede a Marianne que volte com ele para Londres e se casem. Com esta relação a avançar tão rapidamente, suspeitas sobre a verdadeira identidade de Marianne se levantam e as suas intenções para com Max começam a ser questionadas.
A sua primeira metade é bem mais forte e consistente que a segunda. O ritmo é mais calmo, mas a dinâmica da história é intrigante e apesar de deduzirmos rapidamente o que está por vir, o filme tem a capacidade de nos prender. Quanto mais o romance se fortifica, mais os clichés surgem e o desfecho se torna previsível, mas há algo que se conecta fortemente com a audiência e o factor entretenimento é um forte elemento, onde algumas das cenas, muito bem executadas, fazem elevar um pouco a fasquia. Aqui, Brad Pitt está longe de estar no seu melhor, quando na tentativa de encontrar o charme e estilo interpretativo de actores dos anos 40 e 50, se torna demasiado inerte e desinteressante em certas alturas, fazendo com que Marion Cotillard brilhe na maioria das cenas, não só pela sua beleza, mas também pelo seu glamour e envolvencia que coloca na personagem, dando lhe alguma profundidade emocional, sendo ela um factor chave para o sucesso deste filme. Robert Zemeckis parece ter o dom de fazer os actores dos seus filmes se destacarem e este é sem dúvida mais um exemplo disso (lembremo-nos de Tom Hanks em Forrest Gump ou Cast Away ou mesmo de Michael J. Fox na trilogia Back to the Future, entre outros). Com um magnifico guarda-roupa, grande banda sonora e grandes cenários (mesmo que muitos deles sejam criados por CGI), o filme consegue transportar-nos até às várias localizações, assim como nos proporciona o ambiente requerido tendo em conta a narrativa.
Aliados não deixa de ser uma bonita homenagem à velha Hollywood e ao tipo de entretenimento da época de ouro do cinema, com um toque moderno tecnológico. Apesar dos aspecto positivos, muito fica por desenvolver e por isso mesmo é impossível adorá-lo num todo, quando sabemos que em filmes do género, já muitas vezes explorados anteriormente, a chave é marcar a diferença.
Classificação final: 3,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 01.12.2016
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