segunda-feira, 29 de maio de 2017

Crítica: Alien: Covenant . 2017


Ridley Scott regressa ao universo Alien, com Covenant o follow up de Prometheus, que em 2012 não causou o melhor dos impactos aos fãs da saga - do qual pessoalmente gostei - revelando-se bastante complexo, levantando suspeitas sem nunca evidenciar nada em concreto criando um certo misticismo em torno da origem da existência dos alien. Ao contrario disso, Covenant revela até demais, acabando um pouco com o mistério em torno do da origem das criaturas mais assustadoras de sempre do cinema sci-fi.

A história já é familiar. Passados dez anos dos eventos de Prometheus, a tripulação da nave Covenant percorre o espaço destinada a começar uma colónia num planeta distante da Terra que dá pelo nome de Origae-6. Os membros da tripulação são compostos por casais, cuja missão é manter em segurança 2000 colonos em hibernação espacial, que irão habitar no novo planeta. E aqui estamos novamente perante os primórdios da saga, onde elementos que já conhecemos são novamente abordados. Ridley Scott resolve voltar ao cerne da questão, optando por voltar a aterrorizar a audiência com a presença assustadora dos Xenomorph, fazendo também revelações sobre a criação da sua espécie.

Durante a primeira hora de filme o feeling da Nostromo está presente e isso é muito bom. A luta pela sobrevivência e o companheirismo entre membros dá-lhe um toque nostálgico bastante importante. Depois disso encontramos alguma falta de coerência de factos, prejudicando um pouco a narrativa. O facto dos personagens tomarem decisões estúpidas, e partirem à descoberta do que desconhecem correndo perigo, pode ser interpretado como consequência do factor emotividade, ou talvez uma demonstração da vontade de liderar do ser humano, sempre em busca de ser pioneiro, muitas vezes saindo lesado. Ao longo dos anos Alien têm transmitido a ideia de que a tecnologia pode atraiçoar mais que ajudar, sempre aliado à criação da Inteligência Artificial, onde os robots superam o homem, o seu criador. Nunca é demais dizer que Michael Fassbender está mais uma vez fantástico, desta vez em dose dupla, Katherine Waterson pode não ser uma female leader tão forte como a Ellen Rippley de Sigourney Weaver, mas desempenha bem o seu papel e Danny McBride ao contrário do que se pode pensar, assenta bem num papel que não envolve comédia. Comparando esta prequela com a anterior Prometheus, é menos interessante, na medida que não suscita grandes dúvidas nem nos deixa intrigados de igual forma. Covenant é mais entretenimento que outra coisa, optando por uma abordagem mais ao estilo de acção e terror que de suspensesci-fi, deixando para trás o ambiente claustrofóbico, de apreensão e desconfiança do original de 1979, acabando por se tornar previsível. A origem dos aliens é revelada (será mesmo?) e o foco principal da história passam a ser Walter e David os dois androids interpretados por Michael Fassbender.

O fascínio criado há 38 anos atrás mantém-se, mas trevo-me a dizer que passaríamos bem sem mais uma prequela. A magnificência do primeiro Alien foi se perdendo aos poucos, mas aos altos e baixos lá vai conseguindo cumprir com o seu papel. Quero acreditar que Scott ainda tem mais e melhor para nos dar.

Classificação final: 3,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 18.05.2017

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