terça-feira, 24 de março de 2015

Crítica: Idade à Flor da Pele (Short Skin) 2014


Filme: 

Edoardo (Matteo Creatini) é um jovem adolescente que sofre de fimose desde criança, uma malformação no pénis que o impede de ter uma experiência sexual satisfatória. Fruto da idade, ele começa a sentir-se pressionado por tudo o que o rodeia a começar a sua actividade sexual. Toda a gente a sua volta fala e pensa em sexo, principalmente o seu melhor amigo Arturo (Nicola Nocchi), que está obcecado com a ideia de perder a virgindade.


O drama do personagem principal - tema até então não muito usual para um filme - acaba por se revelar uma história de amadurecimento. Para Edoardo o tema "sexo" não é nada fácil abordar, escondendo de todos o seu problema, até dos seus próprios pais que pensam que tudo corre dentro do normal na sua vida, mas na verdade isso acaba por condicionar a sua auto-estima e maneira como age com as raparigas da sua idade.

Muito mais do que a história de um jovem e a perda da virgindade podemos encará-lo como um drama psicológico sério e isso faz com que nos preocupemos com Edoardo - muito bem interpretado por Matteo Creatini que mantém sempre uma postura retraída durante todo o filme - mas o facto de estar muito colado a outros american indies que já vimos anteriormente e não arriscar muito, não estabelece uma diferença marcante, nesta estreia cinematográfica de Duccio Chiarini. A relação de Edo com os seus país não tem propriamente muito desenvolvimento a não ser as meras coisas básicas do costume e não sabemos muito sobre eles, embora a sua irmã Olivia (Bianca Ceravolo) nos mostre um lado desbocado e peculiar de uma miúda que pensa que já é adulta. Arturo é outro dos personagens que fará soltar gargalhadas devido a alguns diálogos divertidos com o amigo, sempre à volta de sexo.

Apesar de se revelar uma história tocante e sincera ao abordar o problema físico e psicológico do personagem central e ao mesmo tempo contendo toques de humor para aliviar a atmosfera séria em torno do problema, Idade à Flor da Pele deixa a sensação de que podia ter sido um filme muito mais arrojado e não um daqueles que nos sai rápido da memória.


Classificação final: 3 estrelas em 5.

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