quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Crítica: 007 Spectre . 2015


Daniel Craig está de volta ao papel do mais emblemático espião de todos os tempos, 007. Mais implacável que nunca, este despede-se da melhor maneira possível do personagem que marcará para sempre a sua carreira. Em SPECTRE, Sam Mendes é mais uma vez capaz de realizar de forma competente o mundo da espionagem, trazendo de volta o humor e a diversão característica dos primeiros filmes da franquia James Bond.

"The dead are alive" - E em SPECTRE, James terá que lidar com os fantasmas do passado, num enredo que junta algumas peças que ficaram perdidas em filmes anteriores, que acabam por fazer agora mais sentido. Isso não quer dizer que não funcione bem como filme individual, mas pretende terminar a formula criada desde a primeira participação de Craig como James Bond. Iniciamos a viagem no México, com um belíssimo plano sequencial - de mais ou menos 5 minutos - que certamente ficará marcado na história da franquia, seguindo-se de imediato a típica acção introdutória e créditos iniciais visualmente cativantes - com a poderosa voz de Sam Smith, com um Writing's on the Wall que de repente faz ainda mais sentido - e daí em diante uma autentica continuidade de cenas de acção, passando por vários e encantadores sítios em torno do globo, onde a palete de cores sobressai e caracteriza cada um deles de forma única, graças à belíssima cinematografia. Fique-se a saber também que este é o filme Bond mais caro de sempre!

Desta vez James terá de lutar contra a perigosa organização chamada "Spectre", - que tem muito mais a ver consigo do que possa imaginar - liderada por Franz Oberhauser aka Ernst Stavro Blofeld (Christoph Waltz). Muito se especulou sobre trazer de volta o emblemático papel bem conhecido dos fãs de Bond e por isso seria esperado algo mais estrondoso em torno do mesmo. É pena que seja tão pouco desenvolvido, tendo em conta o jeito especial de Waltz para os papeis de "mau da fita". Mas fica a sensação que ainda irá voltar, em possíveis filmes daqui para a frente. As caras familiares voltam em grande forma, com os seus merecidos momentos de destaque - Ralph Fiennes, Ben Whishaw, Naomi Harris e Rory Kinnear - enquanto as novas surpreendem pela positiva. Para além de Waltz juntam-se, como Bond girl Léa Seydoux partilhando grande tempo de ecrã com Craig, Monica Bellucci utilizada apenas para um papel de ligação pequeno, Dave Bautista numa peculiar performance física - pronunciando apenas uma única palavra durante o filme - e Andrew Scott interpretando um pequeno antagonista. Enquanto nos vamos deparando com as suas falhas, o charme, humor e acção são manobras de distracção que resultam na perfeição. Razão suficiente para desculpar qualquer erro, principalmente quando se é fã. É completamente impossível não gostar de algo que é capaz de combinar os mais altos recursos do cinema de hoje em dia, com as inúmeras referencias que homenageiam tudo o que já foi feito anteriormente, trazendo uma enorme nostalgia.

Muita adrenalina e diversão, porque afinal é isso que se pede num filme de James Bond! Daniel Craig conquistou o seu lugar na franquia, sendo cada vez mais elogiado de filme para filme, que para além do típico badass foi conseguindo mostrar o lado mais fragil de James Bond, nunca antes visto. Ele diz ser o seu último na pele James, mas ficaremos a torcer para que regresse mais uma vez, em grande estilo!

Classificação final: 4 estrelas em 5.
Data de Estreia: 05-11-2015

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