domingo, 8 de novembro de 2015

Crítica: Profissionais da Crise (Our Brand is Crisis) . 2015


» Exibido no LEFFEST '15 «

Pode dizer-se que David Gordon Green é um dos realizadores mais versáteis dos últimos anos. Sem medo de se aventurar pelos mais variados géneros, abordando diferentes temas, esta foi a vez de mexer com algo bem actual que quer dizer mais sobre o mundo da política do que podemos pensar. Profissionais da Crise é o retrato mais satírico daquilo que são as campanhas eleitorais na política, mas não cativa o suficiente ao ponto de se tornar um grande filme.

Baseado em factos verídicos do documentário de 2005 com o mesmo nome, o filme gira em torno e uma equipa de americanos (Sandra Bullock, Anthony Mackie, Ann Dowd, Scott McNairy e Zoe Kazan) contratada por um candidato à presidência da Bolívia (Joaquim de Almeida), com o objectivo de o fazer ganhar as eleições desse ano. Jane "Calamity" Bodine (uma Sandra Bullock menos séria e muito mais goofy do que esperava tendo em conta o tema) é a responsável por toda a estratégia da campanha eleitoral, tendo que lidar com os obstáculos criados, por um velho inimigo nestas andanças, Pat Candy (Billy Bob Thornton) que trabalha a favor de outro dos candidatos. Revelando-se ser afinal, mais sobre Jane do que qualquer outra coisa, o cinismo e manipulação na politica passam para segundo plano, e deparamo-nos mais com um filme sobre a estabilidade emocional e dilemas de Jane, do que propriamente qualquer outra coisa mais. 

A verdade, é que o sólido grupo de actores e as suas favoráveis interpretações não conseguem salvar o enredo que é pouco efectivo. A comédia parece querer estar presente vezes demais, em quase tudo o que Sandra Bullock faz, o que não resulta bem tendo em conta a quantidade de cenas um pouco absurdas que não fazem assim tanto sentido. O cinismo e hipocrisia na politica são algo bem vincado em todos os governos por todo o mundo e parece que cada vez que estamos mesmo a chegar ao ponto fulcral das questões, o ritmo é quebrado com mais uma ou duas patetices sem equilíbrio algum. Fica vincado apenas pelos seus momentos finais, com um tom mais emotivo (talvez mais cliché do que seria necessário) que acabamos por nos identificar, quem sabe só até pelo simples facto de também o nosso país está ainda a atravessar uma época delicada em termos económicos, onde o povo continua sem ter voz activa.

"If voting changed anything, they'd make it illegal".

Classificação final: 2,5 estrelas em 5.

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