quarta-feira, 29 de abril de 2015

Crítica: A Idade de Adaline (The Age of Adaline) 2015


A Idade de Adaline é um romance/fantasia realizado por Lee Toland Krieger (Celeste e Jesse Forever) que aborda a história de um amor complicado, ou não fosse a personagem principal ter parado de envelhecer aos 29 anos. Vamos ser sinceros. Basicamente nada nesta história faz sentido, mas é engraçado como a forma como é romantizada faz com que se torne agradável de assistir.

Adaline Bowman (Blake Lively) nasceu em 1908, casou com um engenheiro e deu à luz uma menina, Flemming (Ellen Burstyn). Depois da morte trágica e prematura do seu marido, Adaline tem um acidente de viação e a partir daí a sua vida nunca mais seria a mesma (através de algum tipo de fenómeno cientifico não muito coerente) pois parou de envelhecer. Revisitando por várias vezes seu passado, desde o inicio do filme que seguimos a vida de Adaline nos dias de hoje, já com 107 anos, vivendo uma vida solitária e sofrida, sem se conectar emocionalmente com ninguém, saltando de cidade em cidade, mudando de identidade sempre com medo que alguém descubra o seu segredo. É então que conhece Ellis (Michiel Huisman) um homem que a fará repensar na angústia constante que tem vivido durante toda a sua vida, mas que poderá por em risco o segredo da sua imortalidade.

A história não consegue fugir aos habituais clichés de filmes românticos e portanto desde cedo que conseguimos imaginar que padrões irá seguir. Os figurinos são de grande glamour e todas as épocas retratadas são competentes. Apesar do conceito promissor sobre a imortalidade, história revela-se inconsistente mas eficaz na mensagem que quer passar colocando o espectador na pela de Adaline, presa para sempre num corpo jovem, perdendo todos aqueles que ama ao longo dos anos. E afinal, queremos mesmo ser jovens para sempre? Outro dos aspectos curiosos é a subtil abordagem à parte estética e padrões de beleza impostos constantemente pela sociedade. A eterna procura do "elixir da juventude".

Blake Lively nunca esteve tão bem! A sua performance é muito expressiva, emocional e envolvente, carregando sempre consigo uma enorme melancolia muitas vezes transparecida apenas no seu olhar. Os momentos de ecrã partilhados com Ellen Burstyn - a sua filha de 80 anos - são deliciosos e Lively demonstra com esta performance que não é afinal apenas uma mulher bonita e sabe o que está a fazer, precisamos agora que o continue a demonstrar em papeis mais profundos como este. Michiel Huisman é bastante charmoso e a química entre ele e Lively resulta na perfeição. Harrison Ford tem aqui um papel secundário bastante curioso, mais profundo daquilo que costuma fazer habitualmente.  

Apesar de todas as falhas, A Idade de Adaline acaba por se revelar estranhamente cativante, onde fazemos de tudo para esquecer as coisas que nele não fazem sentido.

Classificação final: 3 estrelas em 5.
Data de Estreia: 29-04-2015

1 comentário:

  1. O final não poderia apreciá-lo, mas eu gostei. Juventude, (não tão) divino tesouro, você não acha? The Age of Adaline é um filme com um bom acabamento técnico e com grande atenção sendo uma fita elegante. O filme convence o espectador desde o início. Irradia um certo magnetismo para essa aparência muito refinada, a narração (voice-over) que vamos introdução na história e vamos desvendar esses dados científicos necessários. Tudo isso forma um produto para consumo fácil, sem pretensões, mas é divertido e saboroso para ver. Teremos que prestar atenção para ver se a atriz Blake Lively tem mais chance de mostrar algo mais do que um sorriso.

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