segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Crítica: Carol . 2015


Um amor arrebatador. Um fascínio à primeira vista. E tal como acontece com as personagens do filme, Carol têm em nós esse mesmo poder. Baseado no romance The Price of Salt de Patricia Highsmith, este é o relato hipnotizante de um amor proibido, levado até nós de forma magnifica por Todd Haynes

Na encantadora época de Natal de Nova Iorque dos anos 50, uma charmosa e requintada dona de casa de meia idade de seu nome Carol Aird (Cate Blanchett) conhece a simples e discreta jovem Therese Belivet (Rooney Mara) aspirante a fotografa, actualmente empregada na secção de brinquedos de um grande armazém da cidade. Ambas sentem de imediato uma forte atracção, e os encontros entre as duas começam a ser recorrentes, mesmo quando a possibilidade de um relacionamento entre as duas vai contra todos os costumes da época. Carol terá agora que lutar pela custodia da adorada filha contra o amargurado ex-marido (Kyle Chandler), arriscando-se a perde-la quando este a expõe perante um juiz, afirmando que a pratica de uma conduta homossexual, para além de ser impropria aos olhos da sociedade, lhe irá tirar o que de mais precioso tem na vida. Divida entra o amor pela filha e a vontade de viver uma vida sem segredos, Carol decide fazer uma viagem com Therese, onde encontrará perguntas e respostas ao mesmo tempo que o fascínio que sente pela jovem se apodera cada vez mais da sua mente.

Visualmente vibrante, de atmosfera inquietante, a belíssima banda sonora envolve-nos ainda mais perante as emoções, que nunca caem no exagero, e rapidamente percebemos os conflitos interiores de cada um dos personagens. Cate Blanchett é sem dúvida alguma fabulosa, e como umas das minhas actrizes preferidas seria difícil ficar desapontada, mas que os créditos não sejam retirados a Rooney Mara que aqui está igualmente fantástica. A entrega das duas actrizes é tal, e a química entre as duas tão forte, que as personagens carregam consigo sentimentos totalmente credíveis desde o primeiro minuto. Carol é um filme que é feito de momentos, de olhares, de silêncios que nos envolvem por completo até nos seus mais pequenos detalhes. Uma película digna de enorme reconhecimento, que demonstra que o amor não escolhe nem idade, nem género e que todos têm direito à sua felicidade.

Todd Haynes concretiza um romance que nos absorve para dentro dele, como se estivéssemos a cada momento a espreitar o intimo destas duas mulheres. Carol é sem dúvida um dos mais belos filmes de 2015. Em todos os sentidos.

Classificação final: 5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 04.02.2016

8 comentários:

  1. De entre os 8 nomeados, é de longe o mais aborrecido :/ Não me identifico com nenhuma das personagens, o ritmo é monótono e a Rooney Mara é das atrizes menos carismáticas que já vi... Salva-se a Cate Blanchett, claro.

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    1. Não és a primeira pessoa que me diz que não achou o filme nada de especial. Eu não me identifico com as personagens e mesmo assim gostei imenso. E até tenho gostado do trabalho da Rooney Mara. A Cate Blanchett nem se fala, adoro-a sempre! Tenho pena que não tenhas conseguido encontrar o mesmo encanto que eu. Talvez o facto de não ter criado grandes expectativas ajudou e fiquei surpreendida.

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  2. O filme é belíssimo. Sem defeitos para mim. Para ver e se rever; Uma obra de arte tamanha delicadeza. Todo elenco, diretor, produção estão de parabéns. Filme bons e maravilhosos existem, estamos diante de um deles. Um clássico...

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    1. Sem dúvida. Para além de super bem executado, as interpretações e a atmosfera envolvente dão lhe um brilho e profundidade tremendas. Muito bom mesmo.

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  3. Não é um filme comercial. É um filme de arte, tamanha delicadeza. Para poucos que se permitem olhar vagarosamente uma paisagem ou uma cena cotidiana e admirá-la sem pressa...

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    1. Talvez por isso não esteja a ter a devida atenção. Percebo que não seja um filme que agrade a toda a gente. Tem um ritmo lento e é todo ele feito de momentos, silêncios e olhares. Para mim, é um dos melhores de 2015.

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    2. Sim. Belíssimo. E a musica " No Other Love", com Jo Stafford, bem no final , na festa, traduz todo sentimento de amor. Aplausos!! Filme lindo! Um clássico!

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    3. Sem dúvida! Toda a banda sonora é simplesmente envolvente e encantadora. E mais uma das mais valias deste filme.

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