quarta-feira, 20 de abril de 2016

Crítica: Macbeth . 2015


Já foram inúmeras as adaptações do clássico Macbeth, uma das obras mais famosas de sempre do dramaturgo inglês William Shakespeare. Qualquer que seja o formato, a verdade é que esta história de ambição e poder continua a cativar nos dias de hoje, e esta nova e apaixonante adaptação de Justin Kurzel, chega agora às nossas salas no mês em que se celebram os 400 anos da morte de Shakespeare.

Macbeth (Michael Fassbender), general de Glamis, ouve de três bruxas a profecia de que um dia se tornará rei da Escócia. Assombrado pela ideia, consumido pela ambição e encorajado por sua esposa Lady Macbeth (Marion Cotillard) os dois arranjam um plano onde primeiramente acolhem e acarinham o Rei Duncan (David Thewlis) para mais tarde o assassinar, algo que faria com que Macbeth se apodera-se do trono. Mas o homem que outrora fora guerreiro destemido, vê-se agora consumido pela ganância e desejo ao mesmo tempo que cultiva em si um enorme sentimento de culpa e paranóia que não está a conseguir controlar. As consequências da sua decisão vão muito para além do poder que se recusa a abdicar, e as mortes começam a ser cada vez mais frequentes, uma vez que se vê obrigado a ir eliminando todos os que possam ameaçar a sua posição.

Maravilhosamente filmado nas paisagens escocesas, é impossível não ficar abismado com a beleza visual que emana. Uma versão muito estética, mas que nem por isso deixa de marcar pela substancia sombria da sua trágica história, que mesmo recorrendo a hábitos de outras eras, não deixa de ser actual. As interpretações poderosas e emocionantes também dão o seu contributo, principalmente a de Michael Fassbender que brilha, tal como nos tem vindo a habituar, com uma performance bastante obscura e tenebrosa, graciosamente acompanhado pela também competente Marion Cotillard. Os dois são capazes de formar o par que a história necessita com uma química que se sente, e é visivelmente intensa.

Esteve merecidamente nomeado para a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2015 e certamente ficará marcado como um excelente contributo que representa no cinema a obra de William Shakespeare.

Classificação final: 4,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 21.04.2016

2 comentários:

  1. Eu estou muito, muito interessada em ver este filme. Primeiro, pelos actores. Li algures que a Marion Cotillard viveu a sua personagem tão intensamente que chegou ter ataques de ansiedade em algumas cenas. Segundo, sei que pode parecer mau, mas não conheço esta peça de Shakespeare. Muito embora não aprecie muito os filmes que usam os diálogos originais, mas julgo que neste fará sentido.

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    1. Desconhecia essa curiosidade! Ela está realmente bem, mas o Fassbender está absolutamente brilhante. O texto original aqui faz realmente todo o sentido, mas o desempenho dos actores é super importante para que resulte bem. Espero que gostes. É uma belíssima história de ambição e poder adaptada de forma deslumbrante.

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