quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Crítica: Mãos de Pedra (Hands of Stone) . 2016


Escrito e realizado por Jonathan JakubowiczMãos de Pedra conta a história do boxer panamenho Roberto Dúran reconhecido como um dos melhores boxers de todos os tempos. Com muitas dificuldades em seguir um rumo, perde a oportunidade de explorar decentemente os acontecimentos mais marcantes da vida deste homem.

Aqui seguimos a ascensão, a queda e o comeback do legendário Roberto Dúran (Édgar Ramírez). Desde os dias de pobreza em criança nos bairros pobres do Panamá, passando pela relação com a esposa (Ana de Armas) e os cinco filhos, até à famosa luta contra Sugar Ray Leonard (Usher Raymond) no Madison Square Garden que o levou a reformar-se da modalidade, mais tarde tendo regressado de forma triunfante. Dúran, tem alguma dificuldade em lidar com americanos, não só por razões politicas - tendo em conta que a gestão do Canal do Panamá, chave importante de comercio marítimo, ter pertencido aos EUA até 1999 - mas também por ter fruto de uma relação entre uma panamenha e um americano, que o abandonou quando era criança. Apesar desse ódio, Dúran terá de aprender a lidar com o bem sucedido Ray Arcel (Robert De Niro), quando o seu manager o contrata achando que este tem potencial para fazer com que Dúran chegue a campeão mundial.


Seria suposto obtermos um retrato mais proundo sobre a relação entre Roberto Dúran e Ray Arcel, mas a verdade é que passamos mais tempo a ver muitos momentos pouco significantes da vida profissional e pessoal de Dúran do que propriamente aquilo que fez com a dupla atleta/treinador fosse tão bem sucedida. Os momentos entre Édgar Ramírez e Robert De Niro, pouco ou nada se tornam especiais ou emocionantes, visto que a dinâmica entre os dois nunca chega a ser cem por cento convincente. As cenas de luta deixam muito a desejar, com movimentos bruscos, pouco nítidos e edição descuidada, não transparecendo a emoção que outros filmes do género conseguem atingir. Tudo aqui é desperdiçado, sem inspiração e sem originalidade, perdendo aquele feeling motivacional que este tipo de filme é suposto passar. Quer explorar demasiadas coisas ao mesmo tempo, acabando por não se focar e aprofundar nada ao certo.

Mãos de Pedra está longe de ser o biopic perfeito, perdendo muito tempo com as coisas erradas, dando pouco profundidade aos personagens que nunca chegam a conectar-se emocionalmente com a audiência.

Classificação final: 2 estrelas em 5.
Data de Estreia: 05.10.2016

1 comentário:

  1. Este filme é bom. Acho que Mãos de Pedra foi um dos melhores filmes de drama que mais amei. Eu amei o trabalho de Ana de Armas no elenco, acho que ela foi parte importante do filme. Eu a vi faz pouco no Blade Runner 2049 poster acho que ela foi boa. Lembro dos seus papeis iniciais, em comparação com os seus filmes atuais, e vejo muita evolução, mostra personagens com maior seguridade e que enchem de emoções ao expectador. Se alguém ainda não viu, eu recomendo amplamente, vocês vão gostar com certeza.

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