domingo, 30 de outubro de 2016

Crítica: Toro . 2016


O realizador espanhol Kike Maíllo vai apenas no seu segundo filme e já deixa marcas de um caminho promissor. Toro é um interessante thriller de acção, duro e cru, que para além de entreter sabe jogar com o lado emocional do espectador, colocando assim o cinema espanhol moderno ao nível daquilo que se faz por Hollywood.

Tudo começa com três gangsters, um assalto, uma perseguição, uma morte e uma detenção. Cinco anos se passaram e Toro (Mario Casas) está a cumprir uma pena de cinco anos de prisão, em regime externo, vivendo o dia-a-dia normal, mas obrigado a pernoitar na cadeia durante a noite. Decidido a abandonar o mundo do crime, optando por um estilo de vida digno, Toro tenta esquecer os tempos do crime ao comando do poderoso gangster Don Romano (José Sacristán), mas quando o seu irmão José Lopez (Luis Tosar) se encontra em perigo e a sua sobrinha é raptada, Toro vê-se na obrigação de voltar a enfrentar o passado, arriscando-se a perder tudo o que de bom alcançou. Sangue, vingança e diferentes emoções irão cruzar-se com ele e em apenas 48 horas tudo o que reconstruiu poderá ser posto em causa novamente.


Violento, emocional e de ritmo muito frenético, Toro é um thriller que prima pelo entretenimento, ao mesmo tempo que aborda temas significantes, inseridos no mundo da criminalidade. O personagem principal, apesar de pouco desenvolvido consegue ser misterioso o suficiente para suscitar a nossa curiosidade, e a sua forma de estar e reagir não poderia estar mais adequada ao seu nome, que também dá título ao filme. Luis Tosar mostra mais uma vez porque é um dos melhores actores espanhóis da actualidade, detentor de uma grande versatilidade, aqui com um papel de grande destaque, sendo responsável por alguns dos momentos altos do filme. Com um estilo visual bastante cativante, é claramente inspirado por trabalhos de outros realizadores, mas a verdade é que tudo resulta bem, nas medidas certas. As falhas existem, e alguns clichés também, mas conseguimos retirar sempre algo muito mais positivo desses momentos devido à envolvência emocional que os personagens criam connosco.

Poderia ser muito mais equilibrado, mas a verdade é que a tensão constante e a experiência cinematografica é bem sucedida, deixando-nos colados ao ecrã do inicio ao fim.

Classificação final: 4 estrelas em 5.
Exibido no Cine Fiesta - Mostra de Cinema Espanhol 2016
Data de Estreia: 03.11.2016

1 comentário:

  1. Gostei muito da atuação do Mario Casas (Toro) e do filme em geral, principalmente em razão do clima e as imagens que a obra nos traz. Adoro filme espanhol porque consigo entender tudo sem ter que ler legendas e o idioma muito me agrada RSRSRSRS
    Compartilho da sua classificação dada ao filme!

    ResponderEliminar