domingo, 24 de agosto de 2014

Crítica: A Most Wanted Man (2014)


Data de Estreia: 07-08-2014 

O thriller de espionagem que leva a intensidade ao máximo, mesmo seguindo um ritmo lento. Nem por um segundo consegue nos fazer tirar os olhos do ecrã tal não é o grau de intensidade que passa à audiência, não só pela envolvente história mas também através de uma cinematografia sublime. Com uma atmosfera muito sombria e inteligente, A Most Wanted Man (O Homem Mais Procurado) transmite sempre a emoção certa no limite da suspeita.
Depois dos ataques de 11 de Setembro de 2001 o mundo nunca mais foi o mesmo. E numa breve introdução no inicio do filme é nos explicado que Mohamed Atta, um dos terroristas que engendrou esses mesmos ataques, os planeou na cidade de Hamburgo sem qualquer desconfiança pela parte do Governo Alemão. Depois dos terríveis acontecimentos o Governo Alemão criou Serviços Secretos de Inteligência que actuam na tentativa de poder desmantelar possíveis actividades terroristas. O seu papel é substancialmente importante, pois a Alemanha tem uma comunidade muçulmana mínima e muitos dos muçulmanos que para lá imigram procuram apenas uma vida melhor, mas supostamente Mohamed Atta teria essa mesma intensão, mas afinal a sua chegada à Alemanha teria planos que levariam a um dos mais terríveis acontecimentos da História Mundial.

Günther Bachmann, interpretado magnificamente por Philip Seymour Hoffman, é o homem que lidera esses Serviços. Bachmann é um homem duro, solitário e muito dedicado naquilo que faz. A chegada de um potencial terrorista a cidade agita a equipa que já se encontra há meses com outro caso em mãos. Eventualmente estes dois casos se irão cruzar e Bachmann e a sua equipa não terão tarefa fácil nas suas mãos. 

O filme explora a complexidade não só dos Serviços Secretos mas também daqueles que neles trabalham. Pessoas que se dedicam e abdicam de uma vida normal em prol da segurança não só nacional mas também mundial. Mas como em tudo, e aqui A Most Wanted Man consegue retratar muito bem isso, também há o lado sujo e traiçoeiro. O mundo está cheio de Homens com boas intenções e também daqueles que jogam sempre pelos seus interesses guiando os outros, como marionetas chegando à armadilha final.

É muito interessante ver o factor social na história, a abordagem acerca do juízo que o mundo começou a fazer no que toca à religião Muçulmana estereotipando muita gente boa, que passa por ser terrorista só por partilhar a mesma religião, cor de pele ou trajes que depois de 2001 fazem o mundo tremer. Existem simplesmente seres humanos maus e seres humanos bons e gostei muito de ver essa mensagem ser transmitida no filme. Outra vertente muito interessante é ver o lado Anti-Americano que é claro que não seria mostrado desta forma se o filme tivesse sido realizador por um Americano. 

Falando de performances tenho que realçar novamente Philip Seymour Hoffman, numa performance muito pesada executada de forma absolutamente grandiosa tal como nos habituou sempre ao longo dos anos, quer tivesse ou não um papel de maior destaque. Outro actor que merece evidência é Grigoriy Dobrygin, num papel muito tocante. O filme conta com outros nomes conhecidos como Robin Wright, Williem Dafoe, Daniel Brühl e Rachel McAdams que surpreende pela intensidade que colocou na sua interpretação. Sem dúvida uma actriz que precisa de papeis de maior destaque na sua carreira.

Os momentos finais do filme são absolutamente poderosos e com muito pouco dialogo podemos tirar imenso das imagens que estamos assistindo. Quase como uma poética reflexão de tudo aquilo que assistimos desde o inicio.

Infelizmente este foi o ultimo papel principal de Philip Seymour Hoffman. Um actor absolutamente talentoso que irá deixar imensa saudade, mas as suas excelentes performances perdurarão para todo o sempre.






Classificação final: 4 estrelas em 5.

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