quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Crítica: Lucy (2014)


Data de Estreia: 21-08-2014

Luc Besson o realizador de filmes como Léon: The Professional (1994) e The Family (2013) apresenta-nos este ano o filme Lucy, uma mistura de ficção cientifica com acção. Julgando só pelo trailer o filme parece ser uma grande montanha russa de emoções e espectaculares cenas de acção, ou seja o pacote perfeito para um blockbuster de Verão. O que acontece é que a inconsistência da história faz com que perca imensos pontos ao longo do caminho.

No inicio do filme conhecemos Lucy, uma jovem americana de 25 anos a viver em Taiwan, na China. Lucy vê-se obrigada a entregar uma pasta a um sujeito chamado Mr. Jang. Ela não sabe o que está dentro da pasta e rapidamente se vê envolvida num pesadelo quando é capturada para servir de correio de uma droga muito poderosa que iria revolucionar o mercado do tráfico. Quando o saco de droga que ela carrega dentro da barriga rebenta Lucy começa a sentir imensas diferenças no seu corpo e a sua mente está prestes a atingir o máximo de potência que alguma vez algum ser humano será capaz de atingir, 100%.

O filme tenta ter um lado filosófico, sobre a existência da vida humana e sobre até onde a humanidade será capaz de ir no futuro, mas também tem uma carga religiosa significativa e podemos tirar dele algumas questões sobre a existência de Deus e alguns elementos no filme indicam exactamente para isso. O problema é que Lucy tenta dar-nos demais sem dar tempo para absorver tudo e certos momentos acabam por ser uma trapalhada.

O enredo não é bem construído e algumas perguntas sobre os personagens ficam a pairar no ar. Alguns elementos que poderiam ter sido melhor explorados e até explicado simplesmente ficam por decifrar.

O que realmente sustenta este filme é a boa performance de Scarlett Johansson para além disso, o filme acaba por ser uma enorme desilusão. Luc Besson tentou mostrar alguma originalidade, na edição, na forma como a música é utilizada em cada cena e na forma como o realiza, o problema é que muita coisa não resulta da melhor maneira. Sabemos que a personagem principal adquiriu uma capacidade fora do normal, mas algumas das suas acções são simplesmente fora de contexto e algum do humor usado no filme também esteve um pouco fora do lugar. Acho que a intenção seria iluminar a pesada atmosfera presente em alguns momentos, mas em vez de nos fazer rir de forma natural, acabamos por nos rir por não fazer sentido. O personagem interpretado por Morgan Freeman não é bem desenvolvido e isso é mais uma das coisas que o prejudica, pois ele acaba por ser um personagem chave, interpretando o professor que apoia toda esta teoria.

Tive a oportunidade de o ver em IMAX e no que toca a efeitos visuais o IMAX é o ecrã perfeito para o experienciar, mas sinceramente acho que pela história não vale o dinheiro pois tirando esses efeitos ele pode perfeitamente ser visto num ecrã de cinema normal.

O conceito poderia ter sido aproveitado de melhor maneira, mas é certo que me manteve entretida durante todo o tempo. Só esperava que Lucy fosse um dos melhores filmes deste Verão, mas o facto é que não é.

Vão ver sem grandes expectativas e quem sabe poderão gostar muito daquilo que ele vos vai dar.






Classificação final: 2,5 estrelas em 5.

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