Ora, estamos perante uma mistura improvável. De um lado temos Pride and Prejudice de Jane Austen, um dos mais conhecidos e aclamados romances de todos os tempos. Do outro, temos zombies. Orgulho, Preconceito e Guerra é o mashup baseado no livro de Seth Grahame-Smith, que mistura elementos do clássico de Austen, com a comédia e o terror de algumas histórias mais conhecidas de zombies. Adaptado ao cinema pelas mãos de Burr Steers, o resultado final fica muito aquém das expectativas.

Algures num universo paralelo, o período da Regência em Inglaterra é invadido por uma praga de zombies que aterrorizam o dia-a-dia de todos. A irreverente Elizabeth Bennett (
Lilly James) e as suas quatro irmãs, vivem no campo com os seus pais e são altamente treinadas em artes marciais, preparadas para enfrentar a eminente praga do exército zombie. Quando o jovem abastado Charles Bingley (
Douglas Booth) se apaixona por uma das irmãs Jane (
Bella Heathcote), Elizabeth cai nos encantos de Mr. Darcy (
Sam Riley) um dos maiores caçadores de zombies na região, mas também um dos homens mais presunçosos, arrogantes e vaidosos da região. Enquanto negam a atracção um pelo outro, os ataques surpresa vão sendo cada vez mais recorrentes, e pelo meio do clássico que todos conhecemos (ou pelo menos já ouviram falar), lá vêm os mortos vivos à baila.

É uma pena que esta versão não tenha tomado os caminhos certos, pois no que toca à versão de
Jane Austen até que a história está relativamente bem apresentada. O carisma de
Lilly James ajuda muito e a verdade é que
Sam Riley assenta bem nesta versão mais roqueira de Mr. Darcy. Apesar de conseguir encontrar no filme divertidos momentos de puro entretenimento, o fraco desenvolvimento de algumas situações relacionadas com o aparecimento de zombies prejudicam muita coisa. As ideias realmente interessantes a explorar nunca chegam a ser evidenciadas o suficiente, já para não falar de outras sem nexo que simplesmente ficam esquecidas no limbo. A tentativa de abordagem - e digo tentativa porque nunca é aprofundada na sua plenitude - à critica social é significativa, e até original, mas é mais uma das ideias que se vai perdendo pelo caminho, assim como o medo de arriscar na violência mais gráfica, que daria toda uma outra graça, visto que o
gore é a principal característica dos filmes em que vai buscar inspiração.
Infelizmente, Orgulho, Preconceito e Guerra não passa de uma tentativa falhada que tinha tudo para se tornar marcante. Mas ao invés de arriscar mais, prefere jogar pelo seguro.
Classificação final: 2,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 17.03.2016
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