quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Crítica: Os Sete Magníficos (The Magnificent Seven) . 2016


Mais um remake. Na realidade, um remake do remake. Em 1960, John Sturges realizava o famoso clássico The Magnificent Seven, que na realidade era uma obra ao estilo western baseada no filme japonês de 1954 Seven Samurai, de Akira Kurosawa. Aqui estamos perante uma versão, não contemporânea, mas definitivamente avançada com toda a ajuda que os tempos de hoje podem fornecer. Os Sete Magníficos é apenas uma versão criada para atrair novos públicos, centrado no entretenimento, que não satisfará os fãs do velho oeste. 

Após a Guerra Civil, os habitantes de uma cidade mineira com o nome de Rose Creek, vivem aterrorizados pelo instável e temível barão Bartholomew Bogue (Peter Sarsgaard), que pretende ficar com todos os seus terrenos. Bogue dá três semanas, para que todos abandonem o local ou haverão consequências graves. Decididos a lutar pelo que é seu, dois dos aldeões (Haley Bennet e Luke Grimes) partem para a vila mais próxima para pedir ajuda a um grupo de sete pistoleiros fora-da-lei (Denzel Washington, Chris Pratt, Ethan Hawke, Vicent D'Onofrio, Byung-hun Lee, Manuel Garcia-Rulfo e Martin Sensmeier) com habilidades singulares que estão dispostos a proteger e preparar todos os habitantes para o confronto violento com Bogue e os seus homens.

O que poderíamos esperar disto? Nada mais do que diversão. Os Sete Magníficos assume-se perante isso mesmo sem quaisquer preocupações. O elenco carismático, com boa química entre si consegue colocar um pouco de charme, ficando a faltar profundidade nos personagens. É a energia de cada um deles, que ajuda a manter o interesse durante todo o tempo, com Denzel Washington, Ethan Hawke e Chris Pratt a comandar as tropas, e um Peter Sarsgaard absolutamente brilhante como vilão, emanando mal e aterrorizando logo a sequência de abertura e fazendo-nos querer ver mais de si, o que infelizmente não acontece. Sarsgaard é talentoso e não há duvidas nenhumas de que sabe bem interpretar um vilão, mas o seu tempo de ecrã é muito pouco. Fiel à estrutura dos seus antecessores, contém alguns dos habituais temas abordados em westerns, transparecendo modernidade - e subtilmente vincando uma ideia muito discutida ultimamente, de igualdade racial - enquanto carece de uma série de características do estilo, nomeadamente o ritmo mais lento e momentos silenciosos e tensos que de imediato associamos ao western. É detentor de admiráveis cenas de acção, algo a que o seu realizador Antoine Fuqua já nos habituou e que claramente provam que esta versão foi feita para ser comercializada como blockbuster de verão e pouco mais que isso. 

Antoine Fuqua transporta assim, um clássico do western para a versão de puro entretenimento com boas sequências de acção, dignas de blockbuster do século XXI. Longe de ser magnífico, mas o que se poderia esperar?! 

Classificação final: 3 estrelas em 5.
Data de Estreia: 22.09.2016

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