quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Crítica: O Meu Nome É Alice (Still Alice) 2014


Data de Estreia: 05-01-2015

Julianne Moore, fantástica e talentosa Julianne Moore. É impossível não admirar qualquer das interpretações que tenha feito ao longo da sua brilhante carreira. Considerada uma das melhores da sua geração (talvez mesmo a melhor), bastante versátil e consistente, ainda assim parece por vezes ser subestimada. É finalmente chegada a hora do seu reconhecimento, num início de ano que já lhe trouxe muitos prémios, graças a esta grandiosa performance. Este é definitivamente o seu filme, numa performance de liderança, que toca ao coração. 

O Meu Nome é Alice é o retracto duro e cru daquilo que é a Doença de Alzheimer, demonstrando o efeito profundo que esta têm sobre o doente e a sua família. Quando Alice, uma mulher de meia idade, descobre que sofre de Alzheimer, caso raro mas infelizmente possível na sua idade, o mundo começa a desabar adiante de seus pés. Sofisticada e muito inteligente, com três filhos já adultos e um casamento feliz, Alice depara-se com a realidade de que brevemente deixará de ser a mulher poderosa e independente que sempre foi.

É completamente impossível não nos sentirmos comovidos e envolvidos com a personagem. Devemos os créditos disso à magnífica performance de Julianne Moore que apenas com o olhar é capaz de nos passar inúmeras emoções. Sofremos com ela durante todo o processo de desenvolvimento da doença, uma experiência que se torna bastante dolorosa de assistir, e uma cinematografia que nos ajuda a captar perfeitamente toda a dureza dos factos.

O ponto mais forte é sem dúvida a performance de Julianne Moore, pois o filme peca por não conseguir dar-nos uma visão muito mais ampla da doença. O desenvolvimento dos personagens secundários é fraco. Queremos saber mais sobre os filhos e marido de Alice, mas acabam por se revelar muito superficiais. Apesar disso, a personagem de Kristen Stewart (que surpreende imenso conseguindo trabalhar muito bem a sua personagem) consegue ser a que mais se destaca a seguir a Moore. Algumas das melhores e mais poderosas cenas do filme são passadas entre as duas e a química entre elas é perfeita.

O Meu Nome é Alice é um filme devastador, mas que apenas se consegue destacar graças a uma performance central memorável. Se não fosse por isso, não seria merecedor de uma nota tão alta.







Classificação final: 4 estrelas em 5.

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