sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Crítica: Selma - A Marcha da Liberdade (2014)


Data de Estreia: 05-02-2015

David Oyelowo é o actor que faz renascer maravilhosamente a figura de Martin Luther King Jr. numa abordagem bastante sincera e intimista de um dos mais importantes líderes do movimento dos Direitos Civis dos negros. A realização de Selma é da responsabilidade de Ava DuVernay que aqui merecedoramente recebe o destaque da sua carreira, tendo já conseguido marcar a diferença como a primeira mulher negra a ser nomeada na categoria de melhor realizadora nos Golden Globes deste ano.

Muito para além do contexto histórico, este filme é um estudo sobre Martin Luther King Jr. enquanto homem, e não só enquanto figura de destaque no activismo e politica. Mostrando um lado vulnerável e profundo do homem que sempre lutou pela igualdade de direitos, Selma é uma belíssima homenagem à sua pessoa, focando exactamente aquilo que foi e atingiu, aqui nomeadamente, na cidade de Selma no Alabama, onde em 1965 Martin Luther King organizou uma marcha, entre as cidades de Selma e Montgomery, em prol de uma campanha que defendia o Direito de Voto aos negros.

É importante frisar que este filme não é nenhuma biografia completa de Luther King, mas sim um relato dos eventos passados em Selma. Bastante emocional e intrigante, consegue relatar esses mesmos eventos de forma profunda e avassaladora, atingindo o realismo sem ser demasiado forçado ou exagerado, apesar de existir alguma controvérsia no que toca a decisões tomadas pelo Presidente Lyndon Johson que estava no poder na altura (pois Luther King e Johson não teriam uma relação assim tão tensa como o filme sugere) algo que foi intensificado para lhe dar um tom ainda mais dramático.

A bonita cinematografia, atmosfera envolvente e cenas que demonstram uma imensa emoção e profundidade são alguns do factores que o fazem destacar de muitos outros filmes que estamos habituados a ver inseridos no género biopic. Todos os actores também contribuem e muito para o sucesso do filme, para além da magnífica prestação de Oyelowo, actores como Tom Wilkinson, Carmen Ejogo, Tim Roth ou Oprah Winfrey entregam boas performances.

Um olhar bastante significativo e poderoso sobre a importância do movimento dos Direito Civis.






Classificação final: 4,5 estrelas em 5.

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