terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Crítica: A Teoria de Tudo (The Theory of Everything) 2014


Data de Estreia: 29-01-2015

A verídica história entre o mundialmente conhecido físico Stephen Hawking e a sua primeira mulher Jane Wilde é a representação sincera do que é companheirismo e amor. Hawking foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica, doença degenerativa rara que lhe viria a paralisar os músculos do corpo, no entanto, sem nunca atingir as suas funções cerebrais.

Muito mais do que uma história sobre Stephen Hawking (Eddie Redmayne), esta é a história de Jane (Felicity Jones), a mulher que esteve ao seu lado nos momentos mais difíceis, acompanhando todo o desenvolvimento da sua doença. Todo o filme é portanto, muito mais focado na perspectiva da esposa, acompanhando detalhadamente, a luta enquanto casal, não analisando só a visão de Hawking sobre a sua condição. 

Eddie Redmayne tem aqui uma performance absolutamente gradiosa e comovente, de uma exigência física enorme e grande intensidade. A sua figura está incrivelmente parecida com a de Hawking e o poder emocional que coloca no personagem, muitas das vezes apenas através de um simples olhar é algo magnifico. Felicity Jones, tem aqui o seu primeiro papel de grande destaque, tendo tido até agora uma carreira mais indie, infelizmente não tão reconhecida. A sua performance é impecável, conseguindo transmitir à audiência toda a dor, angústia e amor de Jane.

No entanto, o filme deixa um certo gosto amargo quando não explora algumas das fases da doença de Hawking, saltando de imediato anos, focando com mais enfase, apenas os eventos mais significativos da sua vida ao invés de nos dar a conhecer o impacto que a sua doença realmente teve não só na vida dos que o rodeavam, mas também na sua. A relação de Hawking com os seus filhos é outro dos aspectos de deixa a desejar pois estes não são explorados, tal como a sua família, e os seus amigos com quem vemos Hawking ter uma forte relação no início do filme.

Apesar das falhas de enredo que possa ter, as interpretações dos dois actores principais fazem com que o filme brilhe, coisa que se reflectiu ao longo do ano de 2014 em vários filmes. Para além de 2014 ter sido um ano de biopics, foi também um ano de grande interpretações em filmes não tão fortes como poderiam ter sido, A Teoria de Tudo é mais um exemplo disso. Contudo, a envolvência, atmosfera e aquilo que provoca em nós faz-nos emocionar e conectar imenso com o que estamos a ver.






Classificação final: 3,5 estrelas em 5.

2 comentários:

  1. Olá. Compreendo essas "falhas" de que falas, mas esta é uma história muito rica, havia muito que contar. Seriam precisos dois filmes, um que se focasse inteiramente em Stephen Hawking e outro na história de Jane. A Teoria de Tudo é uma combinação das duas perspectivas... e sim, concordo que havia muito mais a ser explorado, é difícil condensar tanto "poder" num só filme ou num só livro.... E que tal uma prequela ou uma sequela....quiçá, uma trilogia! ;) ih ih... *NOT*

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    1. Tens razão, haveria sempre imensa coisa para contar numa história destas, nunca haveria tempo para contar tudo, mas vejo como pontos negativos essas coisas que acho que poderiam ter alguns pequenos apontamentos no filme, ao invés de serem completamente esquecidos, como por exemplo os filhos. No entanto, eu gostei muito. É um filme muito emocional e inspirador, mas acho que estaria a ser injusta se desse uma nota mais alta.

      Uma história deste tipo talvez resulte melhor como mini serie, pois por episodios seria mais facil abordar outros aspectos. Alias eu não tenho a certeza se já não foi feito, pois existe outro filme ou mini serie da BBC (tenho essa dúvida) onde é o Benedict Cumberbatch que faz de Stephen Hawking.

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