quarta-feira, 9 de abril de 2014

Crítica: 8½ (1963)


Em primeiro lugar tenho que dizer que Otto e Mezzo é o primeiro filme de Federico Fellini que vejo. Já tinha ouvido falar muito sobre esse filme antes, pois muitos gostam de lhe chamar uma obra-prima, mas não sabia nada em relação à história. Eu escolhi este para ser o primeiro simplesmente por ser um dos seus filmes mais aclamados.

Há sequências incríveis durante todo o filme, uma mistura de realidade e fantasia onde muitas coisas que ao princípio nos possam parecer estranhas e podem não fazer muito sentido inicialmente, quando começamos a ver e reflectimos bem sobre elas vamos acabar por entender perfeitamente o seu significado.
A sequência de abertura é uma das minhas preferidas, quando Guido, o personagem principal tem um sonho claustrofóbico sobre estar preso dentro de um carro no meio do transito. Esta sequência é absolutamente impressionante e basicamente representa tudo o que estamos prestes a ver a seguir.

Guido Anselmi é um realizador de cinema, um homem que está preso dentro de si mesmo, sem novas ideias e sem saber o que fazer a seguir. Este homem esta perfeitamente consciente do que ele é e representa no mundo do espectáculo. Também se sente realizado com tudo que já realizou na vida. É por isso ele acha que vai ser difícil surpreender e continuar a ser louvado por todos os que o adoram. Ele esta a viver uma crise existencial.
Enquanto todos em torno do mundo do cinema ainda o adoram e estão todos esperando ansiosamente pelo seu próximo trabalho, Guido não consegue suportar a ideia de que simplesmente já não consegue ter a imaginação necessária para criar algo inovador ou mesmo mudar algo na sua maneira de ser como pessoa. Ele é o que é e nada vai mudar. Ele tem de aprender a aceitar-se a si próprio do jeito que ele é, e ser também humilde ao ponto de saber aceitar os outros da mesma maneira.

Assim que o terminei de ver fiz uma pequena pesquisa a cerca do título do filme, pois não consegui perceber o seu significado. Descobri que este foi o oitavo filme que Fellini fez e é um género de auto-retrato o que o torna ainda mais fantástico e interessante.

Acho que este é mais um daqueles filmes que é mais fácil de ser vivido do que explicado, mas posso afirmar que é uma brilhante peça da arte que é o cinema. Sem dúvida um filme muito à frente do seu tempo.






Classificação final: 5 estrelas em 5.

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